[Resenha] Romeu Imortal de Stacey Jay

“Estou preso no corpo de um homem morto... Errado. Apodrecido de dentro para fora... Não sinto nada. Nada. Nada. Nada.” Pg.12 – Romeu. 

Romeu Imortal

Autora: Stacey Jay
Selo: NOVO CONCEITO
Ano: 2012
Edição: 1
Número de páginas: 320
Área Principal: FICÇÃO
Assuntos: ROMANCE

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Sinopse: Amaldiçoado a viver por toda a eternidade em seu espectro, Romeu, conhecido por seus modos rudes e assassinos, recebe uma chance de se redimir viajando de volta no tempo para salvar a vida de Ariel Dragland. Sem saber, Ariel é importante para os dois lados, os Mercenários e os Embaixadores, e tem o destino do mundo nas mãos. Romeu deve ganhar seu coração e fazê-la acreditar no amor, levando-a contra seu potencial obscuro antes de ser descoberto pelos Mercenários. Enquanto sua sedução se inicia como outra mentira, logo ela se torna sua única verdade. Romeu jura proteger Ariel de todo o mal, e fazer qualquer coisa que for preciso para ganhar seu coração e sua alma. Mas quando Ariel se decepciona com ele, ela fica vulnerável à manipulação dos Mercenários, e sua escuridão interna poderá separá-los para sempre.

Minha Opinião:

Faz um tempo que li Julieta Imortal (resenha aqui) e já havia achado inovadora e corajosa a versão da autora Stacey Jay sobre um dos romances mais trágicos de todos os tempos.

Ao final do primeiro livro, temos um Romeu inicialmente exposto como egoísta, maldoso, idiota e azarado, mas que tenta acertar seus erros, salvando os outros e sendo amaldiçoado a ser um espectro de sua alma encardida, podre, doente. Julieta enfim conquistou seu lugar no mundo ao lado do amor verdadeiro... Mas obviamente as coisas não poderiam ficar assim por muito tempo.

A trama da sequencia “Romeu Imortal” gira em torno dos caprichos de uma Embaixadora da Luz duvidosa que brinca com a vida de nossos personagens sofridos.

“Nada. É assim que sou conhecido. Tenho sido nada há tanto tempo. Como posso mudar isso agora, quando o curso do meu destino foi determinado há tanto tempo?” Pg. 191 – Romeu. 

Romeu, perambulando pelo mundo como o monstro transformado por suas atitudes cruéis, recebe uma nova chance. Ele pode se transformar em um embaixador da luz como Julieta era, se conseguir fazer uma jovem com sérios problemas espirituais acreditar no amor. Ele aceita a oferta, mas acaba descobrindo que luz e trevas são separadas por uma tênue linha que clama por ruptura.

“Não há céu ou inferno, nem força dominadora, somente a fria lógica do universo que exige o equilíbrio das equações.” Pg. 13 – Romeu. 

Depois de séculos sem nada sentir, Romeu se surpreende ao descobrir que tudo nessa missão será diferente. Ele redescobre cada pequeno detalhe simples da vida capaz de transformar a existência em algo magnifico.

Mas ele tem uma ardilosa missão pela frente: fazer uma menina-mulher ferida, magoada, marcada e infeliz acreditar no amor, sendo que ele está preso ao corpo de um vil rapaz que agiu da pior forma possível com a garota.

Mas ele não é Dylan e, dessa vez, fazer a separação do seu verdadeiro eu com a personalidade do jovem a quem habita o corpo será praticamente impossível.

Ariel e Romeu são semelhantes em tantos pontos... Ela acredita que por não ter vontade de viver sua vida miserável, cada dia é lucro, pois vive de tempo emprestado, presa na insistência de tentar encontrar sentido em sua existência. Já Romeu, quando está entre os vivos, literalmente vive de tempo emprestado.

A cena da página 31, quando Romeu tenta reconquistar a confiança de Ariel em Dylan é hilária. Fiquei tão surpresa que ri alto chamando a atenção de quem passava na rua perto da janela ao lado do sofá onde lia esparramada.

O linguajar de Romeu no corpo de Dylan é charmoso, encantador. Suas dúvidas revelam um jovem arrependido, em constante estado de aprendizagem e que deseja fazer a coisa certa, mesmo que ele não faça ainda ideia do que deva fazer.

Há tantos trechos emocionantes de Romeu descobrindo o que é amar de verdade...

“Ela é... Ela simplesmente... Ela brilha.” Pg.105 

“Ela é tão... Ela mesma.” Pg. 112 

Nesta sequencia podemos conhecer ainda mais a fundo a estória de Romeu e Julieta, um amor fabricado pela indiferença dos pais. Eu, como já confessei, nunca li o original e gostei de me sentir um pouco mais familiarizada com o trágico romance.

Notei alguns trechos que trouxeram à memoria algumas semelhanças com dois grandes romances que já li, mas considero que a autora soube dar uma base criativa e única à estória, fazendo-nos pensar que foi bom rever momentos doces dentro de situações diferentes.

Também achei que as divisões dos capítulos nas diferentes versões de Ariel, Romeu e Julieta poderiam acabar exigindo do leitor mais atenção para compreender e interligar os acontecimentos. Algumas pessoas podem não gostar dessa característica, mas, particularmente, a cada nova página, era difícil não espiar a página seguinte, num frenesi maravilhoso para saber como tudo acabaria.

“A esperança é perigosa, um buraco na armadura da minha alma.” Pg. 148 

Difícil dizer de qual mais gostei, mas definitivamente, são livros que valem a pena ler.

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