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[Resenha] A menina mais fria de Coldtown - Holly Black

A Menina Mais Fria de Coldtown
Holly Black
Editora Novo Conceito - 2014
384 páginas
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Sinopse: No mundo de Tana existem cidades rodeadas por muros são as Coldtowns. Nelas, monstros que vivem no isolamento e seres humanos ocupam o mesmo espaço, em um decadente e sangrento embate entre predadores e presas. Depois que você ultrapassa os portões de uma Coldtown, nunca mais consegue sair.
Em uma manhã, depois de uma festa banal, Tana acorda rodeada por cadáveres. Os outros sobreviventes do massacre são o seu insuportavelmente doce ex-namorado que foi infectado e que, portanto, representa uma ameaça e um rapaz misterioso que carrega um segredo terrível. Atormentada e determinada, Tana entra em uma corrida contra o relógio para salvar o seu pequeno grupo com o único recurso que ela conhece: atravessando o coração perverso e luxuoso da própria Coldtown.
A Menina Mais Fria de Coldtown, da aclamada Holly Black, é uma história única sobre fúria e vingança, culpa e horror, amor e ódio.


* * * * *
Quando recebi o livro da Editora e dei uma lida na contra-capa, pensei que podia esperar uma história de aventura muito bem escrita, já que Holly Black me conquistou com Boneca de Ossos. Não sei bem porque não associei o título aos vampiros. É tão óbvio. Entretanto faz um longo tempo que não leio nada do gênero e acreditei se tratar se algo diferente. De certa forma, eu estava certa.

"A humanidade, sem as rodinhas extras da bicicleta, derrapando por uma colina íngreme. A humanidade, livre das amarras da consequência e com o dom do poder. A humanidade, afastada de todas as coisas humanas." Página 363.

A trama inicia-se com uma adolescente que acorda de ressaca e descobre que é a única sobrevivente da casa. Mas ela não está sozinha.

Para entender a loucura em que Tana Bach, de dezessete anos, se meteu é necessário primeiro entender o mundo em que ela vive. Nele as histórias de vampiros sempre existiram. Só que elas deixaram de ser apenas fábulas quando um deles decide sair do anonimato e começa a morder e criar novos vampiros por várias cidades dos E.U.A. Esses por sua vez morderam outros, que morderam outros e em pouco tempo havia milhares de vampiros expostos pelo mundo.

"Quando Tana tinha 6 anos, vampiros eram fantoches que nem os Muppets, fazendo cálculos infinitamente, ou vilões de desenhos animados em capas pretas com forros de poliéster vermelho. as crianças se fantasiavam de vampiros no Halloween, usando dentes de plástico que não cabiam direito por cima dos próprios dentes, e sujando os rostos com xarope doce para imitar fios de sangue brilhantes como cereja. Tudo isso mudara com Caspar Morales." Página 13.

Em um acordo sinistro, os Governos isolam as cidades mais afetadas. Jogam ali todos os "infectados" e impedem que qualquer um saia. Assim foram criadas as Coldtowns. Assim a humanidade tenta seguir em frente, evitando os perigos que podem espreitar à noite. Convivendo com a dor de ver um ente querido ser mordido e levado embora para nunca mais vê-lo. E assistindo por vídeos do tipo Reality Show como é a vida dentro das Coldtowns.

Na tela do computador, a Coldtown parece um lugar irreal, mágico. Onde matar e morrer é normal. Onde sangue é a moeda de troca. Onde humanos entram voluntariamente em busca de uma completude que não encontraram no mundo normal. E de lá nunca retornam.

"Todos nós acabamos nos sentindo atraídos por aquilo que tememos, atraídos para a busca de uma forma de nos colocar a salvo de alguma coisa rastejando para dentro dela, amando-a, tornando-nos aquilo que tememos." Página 348.

De vez em quando um ou outro vampiro aparece fora de Coldtown e então há um ou outro massacre.

Ao acordar na casa de um amigo após uma festa, Tana não sabia, mas tinha dormido abençoadamente dentro de uma banheira escondida enquanto seus amigos recebiam uma visita surpresa. E eram mortos.

Tana se dá conta do acontecido quase na mesma hora em que percebe que os vampiros responsáveis por aquele massacre ainda estão na casa, mesmo com o sol a pino lá fora. Atordoada, ao buscar uma saída, tana encontra seu ex-namorado preso em um quarto. E ali dentro um vampiro acorrentado.

Aidan, seu ex, foi mordido e está mudando. E Gavriel... Ele é um mistério. Um antigo vampiro nas mãos de outros vampiros. Sem ter tempo para pensar direito ela salva Aidan e Gavriel entrando numa alucinada aventura.

"Ela não sabia para onde estava indo, apenas que estavam dirigindo para longe de sua antiga vida e entrando em uma versão distorcida desta gerada em um salão de espelhos." Página 65.

Sua fuga a deixa ferida e com uma incerteza: está ou não infectada? Para o bem daqueles que ama, o melhor é se precaver. E só há um lugar para ir.

"Seja bem-vinda a Coldtown. Café da manhã ao crepúsculo. Almoço à meia-noite. E não espere que todo mundo seja tão legal quanto eu. Vem!" Página 189.

A realidade nem sempre é tão doce quanto a esperança. E Tana se vê obrigada a fazer de tudo para sobreviver. Para voltar para casa. Mesmo que o mundo esteja ao avesso. Mesmo que seu coração já esteja tomado por um, literalmente, louco amor.

"Eu também tenho sentimentos por você. Sentimentos grandes, esquisitos, loucos. É uma coisa rara encontrar alguém que consiga me ver como eu sou, ainda mais que espie dentro das partes sombrias de mim que até mesmo eu não quero ver. Você fez isso, e também riu das minhas piadas. Então, eu estou assustada, porque você não apenas não é humano, você não é como ninguém. Não existe ninguém como você em todo o mundo e é você que eu quero. Eu quero você e eu odeio querer as coisas e eu odeio especialmente admitir que as quero." Página 380.

"A menina mais fria de Coldtown" é um dos melhores livros sobre vampiros que já li. É intenso e inovador. Há alguns pontos em que o "diferente" me chocou, como o relacionamento destrutivo de Tana com o pai ou com o ex-namorado. E, claro, a inesperada revelação da sexualidade da personagem Valentina. Entretanto se pensarmos nas Coldtowns como um refúgio utópico para os que sempre se sentiram deslocados no mundo real, é completamente lógico haver esses personagens cheios de conflitos emocionais. E mais uma vez eu me repreendo por ainda me chocar com situações que, de fato, existem e sempre existirão sendo elas retratadas em livros ou não.

Pelo que pesquisei, o livro é o primeiro de uma série ainda não lançada nem mesmo nos Estados Unidos. Detalhe que me encheu de agonia.

Achei também um vídeo bem legal que deu um gostinho de #queroofilme.




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