Autor: ANDREW SEAN GREER
Páginas: 288
Editora: NOVA FRONTEIRA
Sinopse Universal: 'A história de um casamento' é um romance sobre um casal em uma sociedade que procura superar as dificuldades dissimuladas sob a aparente felicidade apregoada pelos Estados Unidos nos anos 1950.
Ganhei "A história de um casamento" de uma amiga já faz alguns anos e já postei essa resenha no meu antigo Blog, mas como ele foi desativado, de vez em quando eu migro alguns posts que acredito valer a pena expor aqui.
Minha Opinião:
Ganhei "A história de um casamento" de uma amiga já faz alguns anos e já postei essa resenha no meu antigo Blog, mas como ele foi desativado, de vez em quando eu migro alguns posts que acredito valer a pena expor aqui.
Essa resenha com certeza é um desses casos.
Assim que li as primeiras páginas de "A História de um Casamento" fiquei encantada com a narrativa de Andrew e surpresa com tantos detalhes que pela primeira vez farei uma resenha com alguns spoilers.
Estejam avisados ;)
A personagem principal, Pearlie Cook, conta a história da sua vida desde muito jovem quando nunca fora atrativa e de repente um garoto charmoso, porém quieto, lhe sorri. Holland foi seu primeiro e único namorado até precisarem se separar. Ele fora chamado para a guerra.
Ela segue sua vida, sem muita empolgação até reencontrar Holland sentado em um banco na praia muitos anos depois. Ele está mudado, atormentado, fragilizado e Pearlie decide que precisa ajudá-lo.
Logo, casam-se.
Ele se mantém sempre meio ausente, rindo e vivendo como se viver fosse um tremendo tédio. Pearlie tem um filho e a jovem família vive relativamente bem, até que um estranho bate a porta...
O que o seu marido fez ou deixou de fazer antes de terem algum compromisso é relevante?
Acredito que o problema de Pearlie é nunca ter se achado digna da atenção de um cara tão "perfeito" quanto Holland, portanto não cogitou sequer a possibilidade de lutar por ele. Mas imaginem como deve ter sido difícil para ela, uma mulher negra no meio de um período difícil (a década de 50) ter que lutar por um homem perturbado pela guerra e que aparentemente vivia com um homem branco antes de se casar com ela...
Complicado, verdade? Perturbador, eu diria.
O tal cara branco está decidido a convencer Pearlie que Holland é infeliz por ter tomado a decisão errada ao abandoná-lo, ela acredita nisso e entrega seu marido de mão beijada ao outro.
Chegou o momento de Holland se decidir, ele vai com o cara ou fica com a família?
* * *
Sabe, eu sempre me dei razoavelmente bem na escola, mas nunca fui muito boa em redação. Principalmente naquela questão básica: Interprete o que o autor quis dizer... O engraçado era que enquanto eu fazia minha análise, tinha certeza que havia entendido perfeitamente a mensagem, entretanto não recebia nota maior que a média. Isso me frustrava até perceber que aquela questão era absurda. Como eles podem esperar que todos os leitores vejam a história pelo mesmíssimo ponto de vista?
Teimosa do jeito que era, persisti em escrever o que eu particularmente havia entendido e me contentando com as notas medianas, até que no último ano a professora mudou. A velha, pálida e monótona mestra que nunca me compreendera, fora substituída por uma senhora negra, de cabelos repletos de cachos, uma "poupança" gigante e que chamava a todos nós de "meus jovens" com uma fina voz anasalada.
A personagem principal, Pearlie Cook, conta a história da sua vida desde muito jovem quando nunca fora atrativa e de repente um garoto charmoso, porém quieto, lhe sorri. Holland foi seu primeiro e único namorado até precisarem se separar. Ele fora chamado para a guerra.
Ela segue sua vida, sem muita empolgação até reencontrar Holland sentado em um banco na praia muitos anos depois. Ele está mudado, atormentado, fragilizado e Pearlie decide que precisa ajudá-lo.
Logo, casam-se.
Ele se mantém sempre meio ausente, rindo e vivendo como se viver fosse um tremendo tédio. Pearlie tem um filho e a jovem família vive relativamente bem, até que um estranho bate a porta...
O que o seu marido fez ou deixou de fazer antes de terem algum compromisso é relevante?
Acredito que o problema de Pearlie é nunca ter se achado digna da atenção de um cara tão "perfeito" quanto Holland, portanto não cogitou sequer a possibilidade de lutar por ele. Mas imaginem como deve ter sido difícil para ela, uma mulher negra no meio de um período difícil (a década de 50) ter que lutar por um homem perturbado pela guerra e que aparentemente vivia com um homem branco antes de se casar com ela...
Complicado, verdade? Perturbador, eu diria.
O tal cara branco está decidido a convencer Pearlie que Holland é infeliz por ter tomado a decisão errada ao abandoná-lo, ela acredita nisso e entrega seu marido de mão beijada ao outro.
Chegou o momento de Holland se decidir, ele vai com o cara ou fica com a família?
* * *
Sabe, eu sempre me dei razoavelmente bem na escola, mas nunca fui muito boa em redação. Principalmente naquela questão básica: Interprete o que o autor quis dizer... O engraçado era que enquanto eu fazia minha análise, tinha certeza que havia entendido perfeitamente a mensagem, entretanto não recebia nota maior que a média. Isso me frustrava até perceber que aquela questão era absurda. Como eles podem esperar que todos os leitores vejam a história pelo mesmíssimo ponto de vista?
Teimosa do jeito que era, persisti em escrever o que eu particularmente havia entendido e me contentando com as notas medianas, até que no último ano a professora mudou. A velha, pálida e monótona mestra que nunca me compreendera, fora substituída por uma senhora negra, de cabelos repletos de cachos, uma "poupança" gigante e que chamava a todos nós de "meus jovens" com uma fina voz anasalada.
E desde então minhas notas passaram a ser excelentes. Lembro-me de seu sorriso quando devolveu a minha primeira redação do ano dizendo que eu havia revelado um ponto de vista muito interessante...
E ao ler esse livro, me peguei imaginando os vários pontos de vista pelo qual ele pode ser abordado. Ele fala sobre uma esposa angustiada, sobre uma década angustiante, sobre a guerra e suas consequências, sobre a perseguição racial, religiosa e sexual.
Bem, eu já disse antes que não sou fã de histórias com teor homossexual, mas admito que não senti que Andrew tivesse usado tal tema com uma intenção apelativa. Na verdade, ele relata as coisas de tal forma que permite ao leitor divagar sobre o que se passa realmente na cabeça de Holland. É possível até imaginar que toda essa história absurda do tal cara branco é uma tremenda mentira. Que ele é apenas um lunático pós guerra que tenta separar um belo casal com mentiras e maquinações.
A única coisa clara é que Pearlie nunca pensou que seu marido podia ter passado por momentos tão ruins e que, ao reencontrá-la naquele dia na praia, ela o salvou de muitas maneiras, simplesmente pelo fato de fazê-lo recordar o que é verdadeiramente o amor. Que independente de seu passado, tudo o que ele quer é entender se é mesmo possível aquela mulher perfeita o amar.
Por isso, indo contra tudo o que eu imaginava, digo que esse é um dos romances mais lindo, mais intrigante e chocante que já li.
Bem, eu já disse antes que não sou fã de histórias com teor homossexual, mas admito que não senti que Andrew tivesse usado tal tema com uma intenção apelativa. Na verdade, ele relata as coisas de tal forma que permite ao leitor divagar sobre o que se passa realmente na cabeça de Holland. É possível até imaginar que toda essa história absurda do tal cara branco é uma tremenda mentira. Que ele é apenas um lunático pós guerra que tenta separar um belo casal com mentiras e maquinações.
A única coisa clara é que Pearlie nunca pensou que seu marido podia ter passado por momentos tão ruins e que, ao reencontrá-la naquele dia na praia, ela o salvou de muitas maneiras, simplesmente pelo fato de fazê-lo recordar o que é verdadeiramente o amor. Que independente de seu passado, tudo o que ele quer é entender se é mesmo possível aquela mulher perfeita o amar.
Por isso, indo contra tudo o que eu imaginava, digo que esse é um dos romances mais lindo, mais intrigante e chocante que já li.
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